![](images/logocasapia.jpg)
|
![](logos/dn-logo2.jpg)
10-01-2003
Bibi fica sem advogado pela terceira vez
ROBERTO DORES - Évora
O advogado de Carlos Silvino da Silva, Bibi, alegadamente violador e angariador de menores da Casa Pia para uma rede pedófila, vai abandonar o caso.
Hugo Marçal disse ao DN recear pela sua integridade física e pela segurança da sua família, pelo que prefere «não arriscar», esperando que «qualquer colega» o contacte e o substitua.
É o terceiro causídico a deixar de representar Bibi, após idêntica decisão ter sido tomada por Edviges Ribeiro e João Santos Carvalho.
Marçal dá assim sequência à afirmação feita ao DN no dia em que assumiu a defesa de Bibi, segundo quando se se sentisse verdadeiramente ameaçado, «sairia de cena».
«Penso que é isso que está acontecer agora», sustenta, explicando que o episódio de quarta-feira à noite, em Lisboa - que o levou a julgar ter uma bomba no carro, chamando mesmo a Brigada de Minas e Armadilhas, - só serviu para acelerar uma decisão que já equacionara.
Marçal não esconde que a partir de dada altura deixou de estar confortável na defesa de Bibi, acrescentando já não ter «condições psicológicas» para seguir o caso. «Um advogado tem de estar totalmente disponível para patrocinar os processos e eu já não estou à vontade. Não por medo, mas por receio, pois as pressões são muito grandes e as ameaças surgem a toda a hora».
Devido ao sigilo profissional, o ainda defensor de Bibi não pôde revelar se já conversou com o seu constituinte sobre a decisão, mas ao DN revelou que aguarda o contacto de um colega jurista, «que não faço ideia quem seja», para lhe poder passar o dossiê.
Contudo, devido à complexidade do caso, «é provável que não haja muitos interessados». Por isso, ficará «até haver alguém, pois Silvino tem sempre de ter quem o defenda, quando surjam dados processuais».
Embora assuma o desejo de ver a sua vida voltar à normalidade, «sem automóvel riscado e telefonemas ameaçadores», o jurista garante não estar arrependido de ter aceite este «complexo caso».
Sem revelar números e optando por não se pronunciar mais sobre a cidadã holandesa que lhe estará a pagar os honorários, para se poder dedicar a este caso, Marçal diz ter feito «sacrifícios».
É que, diz, desde que aceitou defender Bibi, a sua vida profissional desenrolou-se quase sempre em torno deste processo, com milhares de quilómetros contabilizados entre Elvas, cidade onde reside e Lisboa.
![ÍNDICE](images/hand01_back.gif)
|