17-01-2003

Carta do PP indigna Namora e Granja

Populares consideram que antigos casapianos estão a aproveitar escândalo como arma de arremesso político

Pedro Namora e Adelino Granja, dois antigos alunos da Casa Pia que têm vindo a público denunciar alegados casos de abuso sexual no interior da instituição, recusam-se a ser recebidos pelo grupo parlamentar do PP, por este lhes ter enviado uma carta que consideram "deselegante" e "insultuosa".

Na missiva, datada do passado dia 14 e a que o JN teve acesso, Telmo Correia, líder da bancada popular, refere não entender por que razão os dois ex-casapianos têm vindo a dizer na Comunicação Social que o PP não os quer ouvir, uma vez que nunca receberam qualquer pedido nesse sentido, e alerta-os para o facto de não deverem utilizar este assunto como arma de arremesso político.

"Se há partido que não quer que a culpa morra solteira, esse partido é o nosso", contrariou, ontem, Telmo Correia. "Temos interesse em ouvir todos os intervenientes e estamos dispostos a ouvir Pedro Namora e Adelino Granja quando quiserem. Não podemos é aceitar críticas profundamente injustas, como as que nos endereçaram".

Ao JN, Adelino Granja referiu que a carta demonstra que Telmo Correia "não está atento ao que se está a passar". "Nós não pedimos a nenhum grupo parlamentar para nos receber.

Eles é que nos contactaram pessoalmente", explicou. "Consideramos que a carta que nos foi enviada pelo PP é deselegante e vamos responder à letra".

Agravamento de penas

Pedro Namora e Adelino Granja foram recebidos, ontem, pelos grupos parlamentares do PCP e do PSD, depois de, na terça-feira, terem sido ouvidos pelo Bloco de Esquerda e pelo PS.

À saída da audiência, António Filipe referiu que o PCP está disponível para colaborar "em tudo o que for necessário" para que seja feita justiça e para apoiar as vítimas e para que Namora e Granja venham a ser ouvidos na primeira comissão parlamentar, intenção da qual os dois não desistem.

Quanto ao PSD, Guilherme Silva, líder da bancada parlamentar, anunciou que o seu partido vai apresentar um projecto-lei com vista ao alargamento da moldura penal no caso de crimes sexuais cometidos contra menores e um segundo que visa a criação de um órgão independente que fiscalize a relação existente entre os organismos dependentes do Estado e a respectiva tutela.

A decisão foi tomada no seguimento de "informações muito importantes e relevantes" prestadas pelos dois antigos casapianos, acrescentou.

N.W.:- Se existe alguém que tem mantida acesa a chama deste caso para que não caia no esquecimento, são o Namora e o Granja. Tudo o que disserem em negativo ácerca deles é para desviar atenções, criarem climas de diversão, contribuindo, ainda mais, para que os culpados neste nojento processo que envolve figurões da merda de sociedade a que pertencem. E com esta posição, os fascistas do CDS coadjuvados pela Costa Macedo, começam a ter um papel preponderante pelo facto de quererem distrair as atenções do processo e culparem os que verdadeiramente se encontram interessados em deslindar o mesmo. Costa Macedo é uma fascista das mais reacionárias quando fala contra estes dois advogados, ex-alunos da Casa Pia. Porque eles sabem demais e isso põe em causa a segurança de gente que, como ela, com responsabilidades públicas e governativas, protegeu panascas como o Ritto e outras altas figuras do regime e da sociedade. No fundo, eles estão a protegerem-se uns aos outros. Vamos a ver no que esta merda dá...


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