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18-01-2003 - 00:05
'NÃO ME ENCONTRO A MONTE, NEM ESTOU DESAPARECIDO'
Jorge Ritto assegurou ontem ao CM que não se encontra a “monte, nem desaparecido ou escondido.” “Estou perfeitamente localizável e contactável pelas autoridades. Estou inteiramente ao dispor para prestar a tais autoridades toda a colaboração que esteja ao meu alcance”, frisa, manifestando ainda a intenção de reagir, por “todas as formas” previstas na lei, aos “constantes e infundados” atentados que, refere, têm afectado o seu “nome, imagem e honra”.
Jorge Ritto lamenta que não sejam divulgados mais nomes sonantes
O embaixador, actualmente na reforma, reafirma ainda que não pertenceu nem pertence a qualquer rede pedófila”, não conhecer Carlos Silvino, o “chamado ‘Bibi’”, e garante que nenhuma das suas casas ou propriedades serviu para “encontros de natureza orgíaca”.
No comunicado, assinado, enviado ontem, às 19h30, da estação dos Correios dos Restauradores, em Lisboa, para a redacção do CM – no dia da publicação do depoimento de João A., em que o ex-aluno da Casa Pia assegura ao DIAP que esteve na casa do ex-embaixador, em Cascais – Jorge Ritto afirma “estranhar” que, num caso com repetidas promessas de nomes sonantes e de grandes revelações” lhe continue a ser dado todo o “protagonismo”.
“Muitos não mostram pejo em usar o meu nome a propósito de tudo quanto esteja relacionado com o caso, por mais especulativo, absurdo ou afastado da minha pessoa que seja”, sublinha.
Pedro Namora e Adelino Granja também são focados por Jorge Ritto – embora não refira expressamente o nome de ambos – acusando-os de “parecer que pretendem dirigir as investigações, marcando a sua agenda, em substituição das autoridades”. “Além de que parecem saber o que se passa ou não se passa nas investigações, o que não deixa de causar perplexidade, estando as mesmas, presumivelmente, em segredo de Justiça.”
O antigo embaixador na África do Sul, entre outros países, salienta também não haver “qualquer fundamento legal” para que seja submetido a qualquer medida de coacção,“ designadamente – ‘No dizer daqueles Senhores’ [Granja e Namora] – a prisão preventiva”.
E conclui, lembrando que há 20 anos houve um processo criminal em que o seu nome também esteve envolvido. “Os factos foram esclarecidos (inclusivamente pelos seus protagonistas) [crianças da Casa Pia encontradas no apartamento que possuiu em Cascais] o que levou ao arquivamento do processo.”
GRANJA E NAMORA MANTÊM OPINIÃO
Adelino Granja e Pedro Namora reafirmam que Jorge Ritto deve ser ouvido pelas autoridades. “Não retiro uma vírgula ao que já afirmei”, disse Namora, enquanto Granja frisou haver “indícios suficientes” para que seja aplicada uma medida de coacção ao embaixador.
CATALINA PESTANA FIRME COM JOÃO A.
Catalina Pestana adiantou ontem ao CM que o jovem João A. tem de ser ouvido no Ministério do Trabalho, Segurança Social, por causa do processo disciplinar instaurado ao funcionário A.P., da Casa Pia, que, alegadamente, o terá violado, em 1989. “Tem de prestar declarações. É o que diz a lei”, referiu a provedora.
DÓRIA VILAR FICA SEM CARAVANA
Manuel Dória Vilar, o advogado do alegado pedófilo da Casa Pia, Carlos Silvino, ficou sem uma caravana que avaliou em 15 mil euros e que, revelou à TVI, sempre esteve estacionada junto da sua casa, em Sesimbra. Dória Vilar já apresentou queixa na Polícia Judiciária e na GNR.
Octávio Lopes
Comentários
Sabado, 18 Janeiro
- Português Atento
ESTE «senhor» JÁ DEVIA ESTAR NA PRISÃO A LEVAR «o tratamento» QUE OS PRESOS COSTUMAM DAR A PEDÓFILOS E VIOLADORES. MANDAVA LOGO CÁ PARA FORA MUITOS MAIS NOMES DE «gente bem» MAS ISSO NÃO CONVÉM NADA À CLASSE POLÍTICA, E JURÍDICA DESTE país.
- Paula Gomes
Ao ler as declarações proferidas pelo "homem" que neste momento dá um grande baile a toda a gente, principalmente à PGR, PJ, Governo, etc., fico a perceber que o adjectivo honra tem um significado diferente do nosso dicionário, dado não estar enquadrado no perfil deste senhor. A forma como ele se expressa demonstra bem a sua calma, tranquilidade e segurança de estar protegido pelos homens que ditam e praticam as leis no nosso País. De outra forma, e segundo o comunicado da PJ, andariam no seu encalço. Porque esperam?
- Patanisca
Pois, está claro... Claríssimo. Se calhar estavam à espera que este sr. assumisse publicamente a sua culpa?
- Dusk
O sapo abriu a boca, mas desta vez aludiu ao “nome, imagem e honra”. Também o outro dizia alto e bom som que “quem não deve não teme”, contudo devia e não temia. Este farsante tem nome, como todos, mas associou-o a mundos que a justiça julgará. No momento a imagem é obscura, e honra... valha-nos Deus, porque a justiça dos seus comparsas ainda não provou a sua existência.
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