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24-01-2003 - 14:00
Casa Pia: Ex-alunos querem audiência com Sampaio
P D
Esta sexta-feira são recebidos pelo CDS/PP
Os ex-alunos da Casa Pia Adelino Granja e Pedro Namora vão pedir uma audiência ao Presidente da República, para apresentar as conclusões das audições parlamentares. Hoje são recebidos pelo CDS/PP, o único partido que ainda não os ouviu.
Os dois advogados contam pedir uma audiência ao Presidente da República, Jorge Sampaio, para o início de Fevereiro, depois de já terem sido ouvidos por todos os partidos e pelo primeiro-ministro, para lhe apresentarem «as conclusões do trabalho» resultante dos diversos encontros.
Reafirmando o interesse dos ex-casapianos em ser ouvidos em sede de comissão, Adelino Granja disse à Agência Lusa que têm apelado ao «bom senso de todos» para que, pelo menos, lhes sejam entregues as conclusões do trabalho da comissão.
«Sempre tivemos a intenção de sermos ouvidos na mesma proporção em que o foram os secretários de Estado. Mas, mesmo que isso não aconteça, esperamos ser convocados para a leitura das conclusões, para que, em sede própria, nos possamos pronunciar sobre as mesmas».
Hoje, Pedro Namora e Adelino Granja vão ser recebidos pelo grupo parlamentar do CDS/PP, o único partido que ainda não os ouviu, depois de uma polémica carta enviada aos ex-casapianos, na qual os democrata- cristãos afirmavam que o escândalo da Casa Pia estava a ser utilizado como «arma de arremesso político».
Nessa missiva, cujo teor os ex-alunos consideraram «muito desagradável», o líder parlamentar do CDS/PP, Temo Correia, manifestava disponibilidade para receber em audiência Pedro Namora e Adelino Granja.
Desagradados com as acusações implícitas na carta, os ex- casapianos afirmaram que só falariam com o CDS/PP se o convite para os receber fosse «feito noutros moldes».
No entanto, Telmo Correia deixou claro que não iria «fazer novo convite», apesar de ter reafirmado a sua disponibilidade para ouvir os dois advogados.
O convite não foi de facto reformulado, mas os ex-alunos repensaram a sua posição, uma vez que consideram estar em causa a defesa das crianças e não uma guerra política e partidária.
«Ponderamos três questões: em primeiro lugar não queremos partidarizar a questão, em segundo lugar não pretendemos abrir uma guerra com o CDS/PP nem com partido nenhum, e em terceiro lugar não nos vamos afastar do nosso alvo que é a primeira e principal responsável pelo que aconteceu na Casa Pia, Teresa Costa Macedo, que infelizmente pertence ao CDS/PP», justificou.
«Dando voz a todos os partidos, não queríamos deixar de fora o PP, o único partido que ainda não nos ouviu.
Queremos que o caso seja levado até ao fim, porque quer os assediados, quer os pedófilos, encontram-se em todos os partidos».
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