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27-01-2003 - 00:35
HUGO MARÇAL: ESTOU COM MEDO
Hugo Marçal afirmou ontem que não continuou a defender Carlos Silvino, porque tem “medo” do que lhe poderia acontecer. “Não só a mim, mas também à minha família”, revelou o ex-advogado do alegado pedófilo da Casa Pia, numa conferência de Imprensa em que também participaram João Vaz Rodrigues e Carlos Almeida, do Conselho Distrital de Évora da Ordem dos Advogados.
Marçal recusou, ainda, revelar as razões que o levaram a pedir à OA a quebra do sigilo profissional, pedido, aliás, que não lhe foi concedido, por não estar em causa a “defesa” da sua “dignidade” ou do seu ex-cliente, segundo sustentou João Vaz Rodrigues.
O presidente da OA de Évora, no entanto, deu a entender que o parecer seria diferente, caso Hugo Marçal reformulasse o pedido da quebra do sigílio profissional, informando-o, por exemplo, de que além de “Bibi” está em condições de indicar às autoridades o nome de outros alegados pedófilos que continuam em contacto com crianças na Casa Pia.
“Admito que ponderarei os argumentos e, em função deles tomaria uma resolução que estivesse de acordo com a lei. Se receber um novo requerimento, é evidente que darei uma resposta”, disse Vaz Rodrigues.
O ex-defensor de Carlos Silvino, porém, fez questão de sublinhar que não o faria. E assegurou que não tinha a intenção de recorrer para o Bastonário da OA, José Miguel Júdice, da decisão de João Vaz Rodrigues que o impede de relatar à Polícia Judiciária os eventuais crimes de que teve conhecimento enquanto advogado de “Bibi”: “Não vou partir mais pedra.
Esta é a última vez que presto declarações sobre este caso, a menos que surjam dados novos e seja autorizado a divulgá-los.”
Confrontado com a questão: Há mais alegados pedófilos na Casa Pia e não os pode denunciar?, Marçal retorquiu: “Não respondo”.
Octávio Lopes
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