02-02-2003 - 00:00

RESIGNADO E ABATIDO

Carlos Cruz "era um homem abatido", que quase "não disse palavra" quando os inspectores da PJ de Lisboa lhe deram voz de detenção anteontem, cerca das 22 horas, defronte ao Edifício Rei, em Quarteira, onde os seus sogros possuem um apartamento.

Carlos Cruz partiu para o Algar-
ve neste BMW X5, tendo sido
detido à porta deste prédio, em
Quarteira, onde residem os
sogros
O conhecido apresentador de televisão, que estava acompanhado da esposa Raquel e da filha, a pequena Mariana, foi abordado por três inspectores daquela polícia de investigação, munidos de um mandado judicial emitido por um juiz da capital, após solicitação do DIAP (Departamento de Investigação e Acção Penal).

A ordem de captura, segundo apurou o CM, "tipificava os indícios de prática de crimes que recaem sobre Carlos Cruz". De acordo com as nossas fontes, o apresentador estará indiciado da prática de crimes sexuais com menores.

O apresentador, segundo o que referiu uma fonte ao nosso jornal, "estava a ser vigiado desde há alguns dias", altura em que "novas pistas se formularam aos investigadores".

Na sexta-feira, numa acção inopinada, que se justificará "por terem surgido fortes probabilidades de fuga do suspeito", Carlos Cruz acabou por ser detido em Quarteira, após perseguição à distância.

A rapidez com que o mandado foi emitido e a sua pronta execução, indiciam, segundo aquelas fontes, "que tanto a polícia como o juiz terão ponderado seriamente uma eventual fuga do suspeito".

A saída de Carlos Cruz, de sua casa, na zona de Cascais, cerca das 20 horas e o destino que tomou, em direcção a sul, pela A2, "terá reforçado as suspeitas de fuga aos inspectores da polícia que o vigiavam" .

Essa situação, aliada à existência do mandado judicial de detenção, levou a que a polícia encetasse uma perseguição ao carro do apresentador, um jeep BMW X5.

Os inspectores seguiam num Golf, que em determinada altura, devido à alta velocidade a que seguia Carlos Cruz - o seu carro é de alta cilindrada e desenvolve velocidades na ordem dos 240 K/hora - solicitaram auxílio à Brigada de Trânsito, via comando-geral desta unidade. Esta medida foi tomada "para precaver a eventual perda de contacto entre a viatura policial e a do apresentador".

Accionados os meios do Destacamento da BT em Albufeira, saiu desta unidade o seu carro rápido BMW 330, onde seguiram quatro militares, incluindo, "ao que tudo indica", o respectivo comandante. Com a indicação de que muito provavelmente Carlos Cruz se dirigiria a Quarteira - sempre perseguido pela PJ - os militares da BT montaram a vigilância na estrada entre Vilamoura e aquela cidade.

De facto, nessa estrada, cerca das 22 horas, o jeep de Carlos Cruz foi avistado e seguido "com certos cuidados, até para evitar acidentes, numa perseguição desenfreada”, adiantou-nos a mesma fonte. Ao estacionar junto ao Edifício Rei, em Quarteira, Carlos Cruz foi então interceptado pelos militares da BT. Logo a seguir, chegaram os inspectores da PJ, que procederam à detenção.

Carlos Cruz, ao ouvir a voz de detenção e ao ver o mandado, "não fez quaisquer perguntas, nem dirigiu qualquer palavra aos inspectores". De acordo com as nossas fontes, Carlos Cruz parecia, "pelo menos no momento, resignado e bastante abatido psicologicamente".

NEM DEIXARAM O RAPAZ ENTRAR EM CASA

Modesto Rocheta, sogro de Carlos Cruz, está chocado com os acontecimentos registados sexta-feira, em frente à sua casa. O pai de Raquel Cruz estava ausente na altura da detenção, mas quando chegou deparou-se com a mulher e a filha num pranto.

"A minha filha disse-me que estavam a tirar as malas do carro e apareceu-lhes um polícia com um mandado de captura, dizendo que o Carlos tinha que acompanhá-los.

Nem deixaram o rapaz entrar em casa e a minha filha ficou com as malas na mão, sem saber o que fazer", conta. De acordo com o relato de Modesto Rocheta, Raquel Cruz ainda perguntou se podiam entrar, mas eles responderam-lhe "que se desenrascasse, pois tinham que levá-lo".

Sobre o alegado envolvimento de Carlos Cruz no escândalo da Casa Pia, Modesto Rocheta não acredita que possa ser verdade, mas adianta: "Se há alguma verdade nisso, é justo que os culpados paguem. Caso contrário que sejam os responsáveis por esta injustiça a ser punidos", defende.

Tony Melo (Portimão) Ivone Coelho ( Faro)

Comentários

Segunda-feira, 3 Fevereiro

- Cidadão comum
Ultimamente, muito se tem ouvido sobre a justiça portuguesa entre outras. Para o cidadão comum, é infelizmente um facto que os podres são muitos, infestando a sociedade, ao ponto de não sabermos delimitar com exactidão os pontos de clivagem. Deixemos actuar a justiça, se estiver realmente podre, decerto muitos "bichos" aparecerão, se não estiver tão podre como muita gente pensa, outros "bichos" também irão aparecer, sendo toda esta "bicharada" passivel de extermínio.A esperança é a última a ...

- UM POVO SEM VERGONHA.....
NAO HA DUVIDAS QUE ESTE PAIS ESTA PODRE. ENTAO ESTE POVO CLAMA QUE A JUSTIÇA NAO FUNCIONA E QUANDO ESTA A FUNCIONAR EXISTEM LOGO MANIFESTAÇÕES A TENTAR DIFICULTAR O APURAMENTO DA VERDADE.....

- Eulália Esteves
Só quero prestar o meu apoio ao Carlos Cruz e a sua familia e dizer que não desesperem, porque a verdade virá ao cimo. Força Carlos Cruz.Almada

- Rui Lemos
Incrédulo com tudo o que se está a passar, não posso todavia deixar de lembrar que, segundo então soubemos, já em tempos Carlos Cruz esteve envolvido noutros negócios escuros...Recordo o Caso Dona Branca e o Caso Caldeira.Assuntos diferentes, sem dúvida, mas casos escuros, igualmente como este.

Domingo, 2 Fevereiro

- Rita
Verdade?! Mentira!? Estaremos a ter pena de um criminoso?! E se estamos a punir um inocente!?