03-02-2003

Mais celas livres

A PJ está a interrogar, um a um, os 650 alunos internos dos 34 lares da Casa Pia para obter e cruzar informações que possam conduzir a pistas sobre alegados abusadores de menores da instituição.

E a libertar algumas celas, com a transferência de presos para outros estabelecimentos, devido a possíveis novas detenções neste caso.

Estas novas detenções poderão resultar do mesmo tipo de investigação que culminou na detenção de Carlos Cruz: testemunhos cruzados, alegadamente coincidentes, e vigilância das actividades.

«Limpeza» de contas bancárias e tentativas de saída do País, como poderá ter acontecido com o apresentador de televisão, são dos dois principais motivos da presumível suspeita.

Segundo apurou o DN, quase diariamente, pelas 9 da manhã, viaturas da PJ vão aos lares buscar pequenos grupos de crianças. Esta megaoperação estende-se também aos 102 educadores dos 34 lares da instituição, que começaram por ser ouvidos em grupos na Casa Pia e depois individualmente.

Os interrogatórios já estão concluídos nos nove lares do colégio de Maria Pia, em Xabregas, onde estão 180 educandos, com idades entre os quatro e os 18 anos, em regime de internato e 27 educadores. Os agentes da PJ estão a ter todo o cuidado nos interrogatórios aos menores.

Catalina Pestana, provedora da instituição, disse na semana passada, no Parlamento, sem especificar, que há alegados processos de «contra-informação» junto dos alunos, «por parte de pessoas que lançam aos miúdos nomes falsos com algumas notazitas».

Adiantou que, sobre os alegados implicados em práticas pedófilas, «há muitos outros nomes» além dos publicados, «sobretudo envolvendo figuras públicas».

ACUSAÇÕES. Carlos Cruz mantém-se em prisão preventiva porque há dois testemunhos de menores sobre abusos sexuais considerados credíveis pelo Ministério Público. Cruz é suspeito de crime sexual simples e de crime sexual agravado. Foi detido porque se receava que voltasse a praticar alegados actos de pedofilia.

O apresentador de televisão e o médico Ferreira Diniz enfrentam uma pena de um a oito anos de prisão e o advogado Hugo Marçal, acusado de lenocínio, uma pena entre seis meses e cinco anos. Os seus advogados vão apresentar hoje recurso da medida de coacção que lhes foi imposta .

AUDIÊNCIA. O procurador-geral da República confirmou ontem ter recebido Carlos Cruz na quarta-feira a seu pedido, como o DN noticiou. O apresentador de televisão deslocou-se na segunda-feira à PGR, querendo ser recebido nesse mesmo dia.

Contudo, Souto Moura mostrou-se indisponível, dando-lhe como alternativa duas datas. Carlos Cruz preferiu a que se apresentava mais próxima e dois dias depois era detido.

O procurador referiu não imaginar a situação em que se encontravam as averiguações, reconhecendo que, desde as suas declarações em Novembro sobre a possível inocência de Carlos Cruz até sexta-feira, o processo evoluiu.

ÍNDICE


Web Site testado com os seguintes browsers:
MS Internet Explorer 6.0, MSN Explorer 7.1, Lusitano 2001, Opera 6.01, Mozilla 5.0 e K-Meleon 0.6

[ Entrada ]   [ Editorial ]   [ Casos ]   [ Politica ]   [ Opinião ]
[ Apelos ]   [ Humor ]   [ Webmaster ]   [ Links ]   [ Versão 2002 ]

         

Copyright © Bot'Abaxo! All rights reserved.
Bot'Abaxo! © 1997 - 2003 -  Fundada em: 04-05-1997
Actualizada em: 03.Fev.2003
e-mail: [email protected]

««« Adicione aos seus Favoritos »»»