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03-02-2003
Hugo Marçal continua a querer falar
O advogado Hugo Marçal deverá avançar com novo requerimento para o Conselho Distrital de Évora da Ordem dos Advogados (CDEOA) solicitando, pela segunda vez, o levantamento de sigilo profissional relativamente ao período em que patrocinou a defesa de Bibi.
Há uma semana, a Ordem deu resposta negativa, mas as acusações de envolvimento do jurista no caso da pedofilia na Casa Pia poderão mudar esta decisão.
O presidente da CDEOA, Vaz Rodrigues, admite que se vier a ser formulado outro pedido para desvinculação de sigilo profissional estarão em causa dois pontos fundamentais.
Ou seja, as informações que Hugo Marçal recebeu por parte de Bibi, enquanto patrocinou a sua defesa, estão sob segredo. «Portanto, em princípio, a resposta será negativa», sublinhou Vaz Rodrigues.
Porém, «poderá acontecer que alguns factos que nós desconhecemos sejam relevantes para a defesa do interesse da dignidade legítima do advogado.
E esses terão de ser ponderados», assumiu, garantindo que não dará nenhuma resposta «sem analisar facto a facto, fazendo a respectiva conexão e ver se são adequados à defesa desses interesses».
Vaz Rodrigues afirma ter ficado «surpreendido» com a detenção de Hugo Marçal, manifestando solidariedade para com o colega, que ontem voltou a estar incontactável na sua casa em Elvas - embora uma fonte familiar tenha avançado que as palavras de Vaz Rodrigues «foram um incentivo muito importante», reiterando que o jurista «gostaria de falar».
No entanto, só o fará se as instruções do seu advogado apontarem nesse sentido. O tribunal fixou termo de identidade e residência a Hugo Marçal e uma caução de dez mil euros.
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