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04-02-2003
Provedora disse à PJ os nomes falsos soprados com «notazitas»
A provedora da Casa Pia já informou a Polícia Judiciária e o Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) sobre os nomes falsos que alguns alunos terão «soprado» a troco de dinheiro. «Tudo quanto tinha a dizer e que me fora transmitido pelos educandos relatei à PJ e ao DIAP.
Sobre o assunto, não direi nem mais uma palavra», disse ao DN, escusando-se a pormenorizar as declarações que fez aos deputados, quando afirmou que havia pessoas a lançar nomes incorrectos junto dos alunos com algumas «notazitas».
Mas uma coisa é certa, e quanto a processos disciplinares, «haverá tantos quantos forem necessários». assegurou. Neste momento. estão a decorrer dois processos disciplinares instaurados a funcionários por pedofilia e violência.
O instrutor nomeado pelo ministro Bagão Félix está a trabalhar no caso, mas ainda não se sabe quando dará por finda a sua função, disse ao DN, uma fonte da assessoria da Segurança Social.
Os dois funcionários ainda se encontram em funções. A sua suspensão só terá lugar se o instrutor dos processos o propuser. Recorde-se que a provedora enviou os dois processos disciplinares na quarta-feira, aguardando o desfecho destas denúncias, que poderão culminar em suspensão.
Bagão Félix tem nas suas mãos outra proposta de Catalina Pestana para a contratação de 30 pessoas que se encarreguem da vigilância nocturna nos internatos da Casa Pia.
A provedora da Casa Pia desmentiu ainda ao DN ter exercido qualquer tipo de pressão sobre uma das estações de televisão, para evitar a transmissão de entrevistas de ex-alunos, assim como qualquer contacto com o Presidente da República sobre o assunto. «Isso é um disparate total. Desminto completamente. Não falei a ninguém».
A nota que dirigiu à comunicação social proibindo entrevistas, fotos ou imagens sobre os menores justificou-se porque, esclareceu, «havia jornalistas à espera dos alunos à porta da escola».
A proibição destes contactos é legal por ser a tutora dos alunos, fazendo perante a lei o papel dos próprios pais.
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