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04-02-2003
Ken só escolhia os mais engraçadinhos
«Lembro-me perfeitamente do Ken Rogers. Era um homem alto, sempre muito bem-disposto, entrava na Casa Pia num grande automóvel. Dava logo nas vistas.»
Estas são as memórias relatadas ao DN por um antigo aluno do Colégio de Maria Pia sobre aquele «benemérito» da instituição, um norte-americano suspeito de nos anos 70 ter usado alguns casapianos em bacanais no Hotel Vitória, em Lisboa.
«Quando ele chegava ao recreio, todos os miúdos o rodeavam, ele dava-nos chocolates, uns rádios pequeninos, tipo transístores, e também costumava colar-nos dólares na testa.»
Tudo facilidades porque Ken Rogers tinha livre acesso à instituição por via do provedor da altura, José Francisco Rodrigues, que desconheceria o que se passava.
«Levava-nos a passear, com o consentimento do director do Colégio de Maria Pia. Todos queriam ser escolhidos por ele. Tínhamos muitas carências e ele dava-nos coisas. Mas o Ken só escolhia os mais engraçadinhos...»
Para além disso, «ele chegou a levar alguns para a América». O antigo aluno recorda ainda que nos jardins de Belém era frequente ver pessoas em carros de grande cilindrada, mas «os militares portugueses também andavam ali à procura de sexo com os miúdos».
Contemporâneo de «Bibi», garante que os contactos sexuais entre os alunos internos eram frequentes. Os mais velhos, que «protegiam» os mais novos, eram conhecidos pela alcunha de «batatas».
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